Church Gate Station, Western Railroad Line, Bombay, India © Sebastião Salgado The J. Paul Getty Museum, Los Angeles |
Os hábitos, como se vê, são condicionados pelo ambiente.
Quando eu vinha à São Paulo só de visita, ficava escandalizado com pessoas correndo pelas escadas rolantes do Metrô. Um disparate – onde já se viu correr em escada que já corre sozinha?
Qualquer descrição mais preguiçosa da metrópole traz o epíteto “ritmo frenético”. E o clichê nesse caso esbarra na certeza dos fatos autoevidentes.
Ficar parado na faixa da esquerda da escada rolante é praticamente pedir para ser atropelado: no mínimo, provocar meia dúzia de edificantes resmungos nas redes sociais. O tom de desespero é o mesmo gerado nos passageiros de cenho franzido por causa da voz robótica dos alto falantes anunciando que, por problemas na Linha Vermelha – ou Amarela, tanto faz – trens estão operando com velocidade reduzida e com maior intervalo de parada.
Ficar parado na faixa da esquerda da escada rolante é praticamente pedir para ser atropelado: no mínimo, provocar meia dúzia de edificantes resmungos nas redes sociais. O tom de desespero é o mesmo gerado nos passageiros de cenho franzido por causa da voz robótica dos alto falantes anunciando que, por problemas na Linha Vermelha – ou Amarela, tanto faz – trens estão operando com velocidade reduzida e com maior intervalo de parada.
Já beirando dois anos na cidade (embora essencialmente estrangeiro), agora quase sempre sou o primeiro a descer do trem na estação Conceição – no sentido Jabaquara, a terceira porta do segundo vagão dá de frente para as escadas – quando as portas se abrem, quase sempre sou o primeiro a desbravar as escadas, alimentado e alimentando a pressa fantasmagórica que a todos empurra – o cansaço – os passos largos dos homens de bem, o bom paulistano, todo mundo doido para chegar em casa.
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oi.