24/06/2010

Suplemento Literário de Minas Gerais:

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Hoje recebi um e-mail avisando que meu conto 4'33" está na edição de junho do Suplemento Literário de Minas Gerais. A versão online do Suplemento está disponível pra download. Se você fizer um cadastro gratuito (faça o seu cadastro) talvez ainda possa receber em casa essa edição. Agora, se você é de BH, segue os locais onde a versão impressa do Suplemento é distribuída gratuitamente:

Bibliotecas

Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa
Portaria/ Anexo
Praça da Liberdade, 21 - Funcionários


Centro Cultural / Instituto

Centro Cultural da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Av. Santos Dumont, 174 – Centro


Centro Cultural de BH
Rua da Bahia 1149 – Centro


Instituto Moreira Salles
Av. Afonso Pena, 737 – Centro


Faculdades

Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) / Coração Eucarístico
Instituto de Ciências Humanas / Biblioteca / Diretório Central dos Estudantes / Diretório Acadêmico (D.A.) Letras / D.A. Filosofia / Arquitetura
Av. Dom José Gaspar, 500 - Coração Eucarístico


PUC MINAS - São Gabriel
Rua Walter Ianni, 255 - São Gabriel


Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG)
Praça da Liberdade, s/nº - Funcionários

UFMG
Livraria / Faculdade de Educação (FAE) / Faculdade de Letras (FALE) / Faculdade de Letras (FALE) - Diretório Acadêmico / Escola de Belas Artes (EBA) / Escola de Belas Artes (EBA) - Diretório Acadêmico
Av. Antônio Carlos, 6.627 – Pampulha


Livrarias
Livraria Acervo
Rua Itajubá, 420 – Floresta

Livraria Eldoraldo - Edifício Maleta
Av. Augusto de Lima, 245 – Centro


Livraria Quixote
Rua Fernandes Tourino, 274 - Funcionários


Livraria Ouvidor
Rua Fernandes Tourino, 257 Funcionários

Livraria Scriptum
Rua Fernandes Tourino, 99 - Funcionários

Livraria Travessa
Av. Getúlio Vargas, 1429 – Funcionários


Livraria Usina Unibanco
Rua Aimorés, 2424 - Santo Agostinho


Livraria Van Dame
Rua Guajajaras, 505 - Centro


Bares e Restaurantes

Cantina do Lucas - Edifício Maleta
Av. Augusto de Lima, 245 - Centro


Casa dos Contos
Rio Grande do Norte, 1065 – Funcionários


Cyber Café Kablua
Guajajaras, 416 - Centro

La Grepia
Rua da Bahia, 1196 - Centro

Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais

Palacete Dantas
Praça da Liberdade, 317 - Funcionários


Sindicato
Sindicato dos Jornalistas
Av. Álvares Cabral, 400 - Centro


Outros

AB Comunicações
Rua Pernambuco, 797 – Funcionários


Academia Mineira de Letras
Rua da Bahia, 1466 – Lourdes


Palácio das Artes
Portaria/ Biblioteca
Av. Afonso Pena, 1.537 – Centro


Rádio Inconfidência
Av. Raja Gabália, 1666, Luxemburgo


Rede Minas
Nossa Senhora do Carmo, 931 - Sion

09/06/2010

Fôlego

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“Deseja mais alguma coisa?”, é o garçom tesourando às reflexões na cabeça dela.

“Uma vodca.”

É um ato falho que ela percebe logo de cara, mas deixa passar na ausência de uma solução eficiente. Beber vodca é coisa feita entre quinze e dezoito anos e problemas com os garotos, ou tédio, ou as crises existenciais falsas, bem embasadas é claro, com notas de rodapé de Oscar Wilde e Chico Buarque. Lágrimas gratuitas e vômito, é para esfregar na cara dos amigos; aquilo de chamar atenção dentro do bando, fumar maconha, beber no gargalo, citar Fernando Pessoa e filmes franceses que só ela tinha visto; aquilo de reunir-se na praça de uma cidade do interior, num bar alternativo, roupas pretas, cabelo tingido de vermelho e o violão Gianini arranhando canções dos The Smashing Pumpkins que ninguém sabia muito bem a letra; e todos cantavam alto; aquilo que parece que foi ontem mesmo, mas que já faz dez anos ou mais; aquele tempo que parece estático, como uma cidade distante da qual perdeu-se o caminho de volta; a cidade imaginária, onde cada uma das pessoas de antigamente não envelhece e continua fazendo as mesmas coisas; como antes, desde sempre. Em verdade, a única coisa que permanece é a disputa pela atenção do bando; tal e qual como antes. Muda-se o aspecto, a intencionalidade é a mesma. Trocam-se as antigas diabruras de porre, vaidade intelectual, citar falas de filmes franceses, pelo ato de exibir o melhor emprego, salário, a casa, o carro, o marido, o doutorado, a cidade em que se mora, a precocidade cultural e boa educação dos filhos; aquilo de mostrar o quanto você deu certo na vida e está feliz com o amor exemplar ou comum da sua família: antes, hoje, sempre. É nessa hora que você percebe os mesmos adolescentes por baixo da barba, do terninho e maquiagem discreta, dos diplomas, da agenda apertada e da casa bem decorada. Perdidos, batendo cabeça na aresta da vida à procura de algum elemento substancial onde possam ancorar-se, tomar fôlego e seguir em frente. 

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