De um lado, os otimistas, que acreditam que a consciência artificial contribuiria para melhorar nossas vidas. De outro, os pessimistas, que creem que o surgimento de uma consciência artificial nos levaria a extinção.
Em Chappie, do sul-africano Neill Blomkamp (Distrito 9, Elysium), a visão é otimista. Temos um robô que acaba nas mãos de bandidos e mesmo assim resguarda certa nobreza. Nem a sociedade é capaz de corromper a pureza e a ingenuidade de Chappie. Neill Blomkamp parece gostar de Rousseau. Chappie segue a linha de filmes como IA e O homem bicentenário.
Já Ex Machina, estreia do roteirista Alex Garland na direção, é uma obra soturna. Caleb, um jovem programador, vence um sorteio e vai passar uma semana em um refúgio na montanha. No refúgio, Caleb conhece Nathan, CEO da empresa, e descobre que irá participar de um experimento com um robô. Um experimento próximo daquilo que seria o Teste de Turing. A diferença é que Caleb sabe que está falando com um robô, ao contrário do que acontece no teste tradicional. A máquina, chamada AVA, interpretada por Alicia Vikander, é uma versão mais sofisticada de HAL 9000. A singularidade de AVA é criada a partir do uso de um gigantesco “Big data” com informações de buscadores como o Google. Para escapar dali, sabendo que será desligada, a máquina é capaz de qualquer coisa. Manipular, mentir, matar. Como qualquer pessoa faria. Ex Machina está na linha de filmes como Exterminador do Futuro e 2001.
De minha parte, no campo da ficção especulativa, sou mais propenso a concordar com os pessimistas. Se sobrevivermos a nós mesmos, a inteligência artificial será o começo do fim da espécie humana.