Cresceu mais rápido do que qualquer outra planta do terreno sem dono, cresceu no espaço como se sobe uma escada; cresceu pra deixar o vento empurrar as folhas largas de um lado ao outro numa dança lenta e sem música. Cresceu contra às formigas e contra o meu pai resmungar quando foi no terreno nosso, rente do pé de couve e dos tomates miúdos. Cresceu pra ter as raízes extirpadas com brutalidade pelas duras mãos do meu pai, polidas na pedra e na areia. Cresceu pra cair precoce no fogo e gerar a triste fumaça das coisas verdes, junto de lixo, capim seco, galhos obsoletos do pé de mexerica, ou da goiabeira e as folhas cinzas desfibriladas da bananeira granada perto da cerca. Cresceu pra cair num copo de plástico vermelho cheio de detergente barato que minha mãe tinha comprado na promoção. Cresceu pra que eu soprasse.
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lindo, singelo e representa bem seu caso de amor com as letras
ResponderExcluirmeu beijo!
Mais uma vez, tenho que parabenizá-lo pelas palavras que traduzem sentimentos...
ResponderExcluirPor favor, dê uma olhada aqui neste link : http://singelosdevaneios.blogspot.com/2010/08/presentao-da-michele.html
Não é vírus não hein, é apenas um presente!!
Beijos garoto!
Bolinha de Sabão.
ResponderExcluirque delicia ler isso.