03/05/2013

Adaptação



Jonathan Franzen foi uma das melhores leituras que fiz nos últimos tempos. 

Embora a badalação ao redor do sujeito fosse grande - Flip, best-seller, "o grande romancista americano" - acabei embirrado com o cabra e só fui ler o sujeito depois que a poeira abaixou um pouco. 

Não foi tanto birra. 

Sempre achei que minha atração pela leitura fosse talvez fruto do silêncio interiorano. 

Ainda em fase de adaptação a essa coisa monstruosa que é o transporte público em São Paulo, eu não conseguia ler no ônibus. Com a consciência operando a 30% pela manhã - sono - ou cansado demais à tarde, invejava profundamente aquelas pessoas ali sentadas - atentas, despertas - lendo As Crônicas de Gelo e Fogo

Cheguei a pensar que nunca mais ia ler nada na vida. 

Parecia impossível ler qualquer coisa enquanto duas meninas no banco de trás contam estripulias de namoricos, um homem ao seu lado conversa com a mãe no telefone sobre o exame de rins do avô, uma entrevista de emprego e toda uma trama de mistério com uma tal de Janete, que andou se encontrando com um tal de Rogério, em plena quarta-feria, em um suposto forró em Santo Amaro.

Comecei pela coletânea de ensaios Como ficar sozinho. Em parte, por esses trechos convidativos que saíram na Piauí e na Folha de S.Paulo. Gostei pra caramba. Então resolvi ler tudo que encontrasse por aí: Tremor, As correções, Liberdade, A zona do desconforto)

Estou na metade do caminho.

Tremor é simplesmente viciante As correções genial. Foram os dois primeiros livros que li praticamente só no ônibus. Agora, estou no meio de Liberdade e a meta é destrinchar A zona do desconforto antes de novembro. 

Acho que vai dar. 

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