04/10/2010

Crônica de um interior despedaçado


Título do livro, o melhor, talvez, o que nunca escreveria e por isso era tão bom. Como amor não vivido, o lugar desconhecido jamais visitado, por isso sempre lembrado e o poderia ter sido, poderia ter sido o melhor. Vinte sete crônicas sobre dores crônicas, e vida comum, tão comum que doía quase quanto vida mesmo, quase o mesmo peso, o resto era interior, não apenas dentro, mas dentro e fora, aos pedaços, ruas cobertas de mato e cacos de telhas cobertas de limo e areia cinza empelotada, sofá de couro mofado rasgado pelas molas petrificadas e duras, como é dura a resistência das coisas estragadas no abandono daquele porão, apesar da fome dos ratos,  formigas, ferrugem. 

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8 comentários:

  1. Estudo intensivo do Livro de Jó
    ponto

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  2. "Como é dura a resistência das coisas estragadas"... como é duro o nosso apego, o medo de perder...

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  3. Márcia, estava pensando sobre isso mesmo, mas de uma forma mais complexa (tentando, pelo menos) um pouco para além do simple apego e do medo de perder. Sobre o perder e o desapegar que ainda assim resistem. Porque, veja bem, todo desapego, é desapego de alguma coisa; para que haja desapego tem de haver essa coisa da qual se desepaga, mas, se há essa coisa da qual se desapega, não há desapego, a coisa ainda está aí. É o paradoxo do desapego, talvez elabore isso um dia, ou não.


    Diego, legal não tem problema não... "Interessante" que é osso. Hehehe.

    Até.

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  4. Muito loooooooooouco o modo como escrevestes *o* adorei cara

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  5. Vinícius, parabéns pelo blog, achei super legal, continue sempre e boa sorte.

    abraço

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  6. gostei do conto fábula do suicida. ferissimo.

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oi.