Duvido que tenha condicionando meu gato de maneira satisfatória. Dormir lá fora, não mastigar o fio do notebook, não fazer merda detrás do sofá. Duvido da obediência, da postura submissa, dos cochilos recorrentes na mesa da cozinha ou quando devora uma aranha no quintal. Duvido da humanização dos gatos, principalmente do meu gato, mesmo que evite hábitos inconvenientes. Quando mia, roça o lombo nas minhas canelas finas e peludas, sou tomado por um poder demoníaco, automático. Meu corpo se move num maquinismo obscuro. Percorro o trajeto até a geladeira, apanho o leite, derramo o líquido no pires, retorno à posição anterior como se saísse de um transe mediúnico. Duvido que tenha condicionado meu gato de maneira satisfatória. Duvido.
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Hahahahahahahhahaha! Boa!
ResponderExcluirFaltou só o sangue do baço. Mas acho que Descartes não gostava muito de gatos. (ref. As paixões da alma)
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