Carver e Maryann início dos anos 60 Fonte: http://thisrecording.com |
"Eu sou contra os truques que chamam a atenção para si mesmos, tentativas de parecer esperto ou simplesmente obscuro. O escritor não deve perder de vista o argumento. Eu não estou interessado em obras que são apenas estrutura e nenhuma carne. Acho que sou antiquado o suficiente para sentir que o leitor deve ser afetado com a dimensão humana. E que ainda há, ou deveriam haver, uma união entre o escritor e o leitor. Literatura, ou qualquer forma de trabalho artístico, não é apenas uma expressão, é comunicação. Quando um escritor deixar de se interessar por realmente comunicar algo e tiver por objetivo apenas expressar algo, e nem sempre muito bem, ele deveria se expressar indo até a esquina e chorando. Uma história, ou um poema, ou um romance têm que provocar alguns golpes emocionais. Você pode julgar a obra pela força destes golpes e quantidade destes golpes. Se é apenas um monte de viagens da própria cabeça ou joguinhos, eu não estou interessado. As obras assim são pura palha: o vento as levará na primeira ocasião."
"Nos últimos dias tenho lido as cartas de Flaubert e ele diz coisas que parecem relevantes para a minha própria estética. Em um momento, enquanto Flaubert escrevia Madame Bovary, parou de trabalhar à meia-noite ou a uma hora, e escreveu cartas para sua amante, Louise Colet, sobre a construção do livro e sua concepção geral de estética. Um trecho do que ele escreveu, e que me surpreendeu com força, é aquele que diz: 'O artista, na sua obra, deve ser como Deus na criação, invisível e todo-poderoso, poderá senti-lo em todos os lugares, mas não deve ser visto em lugar nenhum.'"
Iowa City, 1963 Fonte: http://thisrecording.com |
Raymond Carver
Traduzi daqui: L. Maffery y S. Gregory. Raymond Carver: De Qué Hablamos Cuando Hablamos de Minimalismo.
Zona Erógena. Nº 17. 1994.
IN: http://transmutacion.wordpress.com
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oi.