Meus amigos já estão de saco cheiro de me ouvir falar que eu acho o Antônio Prata o melhor cronista da nossa geração. Agora, me diga se isso não é genial:
"Perguntei o que eram aqueles lugares e meu pai disse que eram bares. Mas por que eram tão diferentes dos outros, em que comíamos frango a passarinho com Guara-cola? Meu pai explicou-me que naqueles bares havia mulheres peladas. Como?! Por quê?! Do alto de minha meia década de existência, “mulher pelada” evocava a imagem de minha mãe ou irmã entrando ou saindo do banho, de toca na cabeça e toalha na mão. Não conseguia imaginar que razão levaria mulheres a comer pastéis sem roupa. Meu pai seguiu a explicação: homens que não tinham namorada pagavam para ver aquelas mulheres peladas. Imaginei uns caras tristes, barba por fazer, a preencher palavras-cruzadas e bebericar um chope, enquanto mães e irmãs nuas iam e vinham de chuveiros inexistentes. A coisa não fazia o menor sentido. Pedi para irmos a um deles. Meu pai disse que era proibido para crianças. Devia ser para evitar que víssemos aqueles homens tristes, perdidos entre néons e tocas de banho, pensei."
A crônica completa tá aqui.
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Realmente ele bom. Gostei de suas, dele, crônicas. Valeu pela dica!
ResponderExcluirAbraço,