Se há uma questão que me arrebata, e me causa uma estranheza medonha, é a questão da existência do sofrimento. Chego a pensar, ingenuamente, talvez, que dentre tantas questões sem resposta, a questão do sofrimento é a mais sem sentido, logo, a que merece ser contemplada com maior generosidade e empenho. Afinal, por que sofremos?
Todo tipo de seita, culto, e os milhões de livros juntando poeira nas bibliotecas e os tratados de ciências humanas, artes, cachaça, literatura e as pílulas da felicidade, meditação e psicanálise e as religiões milenares foram erguidas e afundaram soterradas sobre essa questão, como num fosso de areia escorrendo desde sempre para nada. Das nuvens vem o fogo para nos purgar, sem motivo, da nossa própria deficiência e fraqueza. As vestes rasgadas de Jó, o sangue que escorre sem razão e as feridas que ardem sem motivo ruídas por vermes, um grito sôfrego emparedado no absoluto silêncio de Deus. Nações e cidades desaparecem do mapa como se nunca tivessem existido. Deuses desceram do céu, caminharam entre nós, se reergueram dos mortos espalhando a Boa Nova e falharam feito crianças mimadas. O discurso prossegue vazando nas catedrais vazias como o vento que passa pela janela aberta. E nós, afundados na realidade, implorando pela benção dos santos, pela luz da razão, pela fruição visceral dos instintos e prazeres, por verdades provisórias, ponderação, honra, dignidade, continuamos falhando de forma exemplar. Resta a contemplação, e mais nada.
Todo tipo de seita, culto, e os milhões de livros juntando poeira nas bibliotecas e os tratados de ciências humanas, artes, cachaça, literatura e as pílulas da felicidade, meditação e psicanálise e as religiões milenares foram erguidas e afundaram soterradas sobre essa questão, como num fosso de areia escorrendo desde sempre para nada. Das nuvens vem o fogo para nos purgar, sem motivo, da nossa própria deficiência e fraqueza. As vestes rasgadas de Jó, o sangue que escorre sem razão e as feridas que ardem sem motivo ruídas por vermes, um grito sôfrego emparedado no absoluto silêncio de Deus. Nações e cidades desaparecem do mapa como se nunca tivessem existido. Deuses desceram do céu, caminharam entre nós, se reergueram dos mortos espalhando a Boa Nova e falharam feito crianças mimadas. O discurso prossegue vazando nas catedrais vazias como o vento que passa pela janela aberta. E nós, afundados na realidade, implorando pela benção dos santos, pela luz da razão, pela fruição visceral dos instintos e prazeres, por verdades provisórias, ponderação, honra, dignidade, continuamos falhando de forma exemplar. Resta a contemplação, e mais nada.
Acredito que a contemplação é a única forma de permanecermos vivos sem o sofrimento/pensar...
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