“Preferia formular a pergunta assim: Por que se escreve? Faz tempo, quando eu era jovem, ouvi Samuel Beckett responder: “Não me resta mais nada”. As respostas possíveis são todas plausíveis, mas com um ponto de interrogação. Escrevemos porque tememos a morte? Porque temos medo de viver? Porque temos saudades da infância? Porque o tempo passado correu depressa ou porque queremos detê-lo? Escrevemos porque, por causa da melancolia, sentimos nostalgia, arrependimento? Porque queríamos ter feito uma coisa e não a fizemos ou porque não deveríamos ter feito algo que fizemos e não devíamos? Porque estamos aqui e queremos estar lá e se tivéssemos lá teria sido melhor ficar aqui? Como dizia Baudelaire: a vida é um hospital onde cada doente quer mudar de cama. Um sujeito pensa que se curaria mais depressa se estivesse perto da janela e o outro acredita que estaria melhor junto ao aquecedor.”
Eu acho melhor ir na janela...
ResponderExcluirNão sei, não. Se bobear (e tendo em vista tantas tentativas de formulação de motivo para), nem há porquês.
ResponderExcluirBruna, pois é. São tantos os porquês. Mas, sei lá, ainda me fascina essa coisa sobre processo criativo etc etc.
ResponderExcluirDandan. Na janela dando tiauzinho.
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