26/01/2011

Porque.

“Preferia formular a pergunta assim: Por que se escreve? Faz tempo, quando eu era jovem, ouvi Samuel Beckett responder: “Não me resta mais nada”. As respostas possíveis são todas plausíveis, mas com um ponto de interrogação. Escrevemos porque tememos a morte? Porque temos medo de viver? Porque temos saudades da infância? Porque o tempo passado correu depressa ou porque queremos detê-lo? Escrevemos porque, por causa da melancolia, sentimos nostalgia, arrependimento? Porque queríamos ter feito uma coisa e não a fizemos ou porque não deveríamos ter feito algo que fizemos e não devíamos? Porque estamos aqui e queremos estar lá e se tivéssemos lá teria sido melhor ficar aqui? Como dizia Baudelaire: a vida é um hospital onde cada doente quer mudar de cama. Um sujeito pensa que se curaria mais depressa se estivesse perto da janela e o outro acredita que estaria melhor junto ao aquecedor.”

4 comentários:

  1. Não sei, não. Se bobear (e tendo em vista tantas tentativas de formulação de motivo para), nem há porquês.

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  2. Bruna, pois é. São tantos os porquês. Mas, sei lá, ainda me fascina essa coisa sobre processo criativo etc etc.

    Dandan. Na janela dando tiauzinho.

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oi.